terça-feira, 20 de julho de 2010

Entrevista com a autora e jornalista Cleisla Garcia ( autora de Fedidinha- a Maria fedida que queria se tornar joaninha)

Por Alicia



  • Qual foi a sua inspiração para escrever esse livro?

R. Oi, queridas. Obrigada pela oportunidade de falar com garotas tão antenadas como vocês. Minha inspiração surgiu durante um documentário que fiz em Goiânia, no centro de apoio a deficientes visuais, o CEBRAV. Em uma sala de leitura, crianças que enxergavam um pouco, ou nada passavam seu dedinhos com velocidade nas páginas escritas em braille. Elas liam e reliam o mesmo livro dezenas de vezes. Naquele momento pensei: quero escrever para crianças. Quero escrever sobre as diferenças e sobre a inclusão social no universo infantil. E quero escrever livro em braille. Meu coração se decidiu primeiro que as minhas mãos.

  • Como foi escrever seu primeiro livro?

R. É sempre difícil estrear numa profissão. Mais difícil ainda é escrever para crianças. Vocês são espertos demais, inteligentes, não engolem qualquer coisa. De verdade, são muito mais críticos que os adultos. Mas, amei a experiência e antes de publicar "A Maria Fedida que queria ser Joaninha", passei o texto original pra várias crianças. Todos deram palpites, reclamaram de alguns detalhes, elogiaram outros. Mas, todas sem exceção, gostaram da história. Então, achei que tinha chegado a hora de publicar.

  • Você gostou de escrever um livro?

R. Achei delicioso. Depois da Maria Fedida que queria ser Joaninha, escrevi outros 3. E o quarto já está quase pronto na minha cabeça. Às vezes, estou brincando com minha filha Lis ou dirigindo e surge uma ideia. Deixo essa ideia inquieta bem guardada na gavetinha colorida das minhas memórias e depois saio costurando as palavras, tecendo minha rede de frases, fazendo meus vestidos de histórias. No fim, acho a costura linda e perfumada, quas encantada. Me divirto. Talvez, porque a principal missão desses livros seja mesmo isso, divertir. Se ainda conseguirem ensinar algo, melhor ainda.

  • Qual foi a mensagem que você colocou no livro?

O livro tem frases simples que levam o leitor ao cenário da história, mas por outro lado, sugere profundas reflexões. O livro pretende mostrar o valor das diferenças e a necessidade de respeitar tudo aquilo que foge do padrão. Seja a forma física, o comportamento ou algum tipo de deficiência. A "Maria Fedida que queria ser Joaninha" faz parte de uma longa coleção, a coleção Fedidinha. Todos os título são publicados em braile. A ideia é que uma criança que não enxerga, por exemplo, possa entrar um dia na livraria e levar o livro pra casa. Por enquanto, um sonho, que aos poucos tem esticado as mãozinhas, espreguiçando, acordando para um lindo dia de sol.





Um comentário: